top of page

O Grupo

O Arlequins grupo de teatro foi gestado há mais de 50 anos, de origem e com vários integrantes moradores em Guarulhos, em 1974 como Grupo Perspectiva de Teatro Amador, em 1980 se profissionaliza e passa a chamar-se Avis Rara, Avis Cara, e em 1986 assume o nome atual: Arlequins.
 

Um processo de luta, de resistência, de persistência - do qual muito facilmente poderíamos ter desistido -, um teatro mais autoral que, apesar de contrapor-se à lógica das produções comerciais, espantosamente foi levado adiante e que tem como objetivo construir projetos que viabilizem o intercâmbio cultural com a

população em geral e com diversos coletivos (escolas, pontos de cultura, associações, sindicatos, cursinhos comunitários, etc...).
 

Através de recortes na nossa história pessoal e coletiva criar condições para que os

espectadores tenham outras perspectivas da realidade, que ao compartilhar algumas experiências vividas pelo Arlequins se possibilite a percepção da necessidade impreterível da disputa do imaginário do cidadão e que assim seja favorecido o processo de transformação do sujeito social. Utilizando o teatro como instrumento de construção do pensamento crítico, buscamos ampliar o acesso dos cidadãos aos bens culturais através de um trabalho de resgate e registro da memória.

O teatro é uma modalidade artística capaz de capturar o espectador e removê-lo de seu conforto e embotamento, detonando um processo de inquietação, um dos objetivos do projeto de pesquisa para consolidação da linguagem estética que o Arlequins vem construindo desde sua formação. Focado no deslizamento do discurso indireto para o direto, na narração do ator e que está necessariamente ligado a uma maneira de ver a História. Uma atitude não autoritária/passiva de encarar a relação espetáculo/plateia, recuperando o conceito da Ágora Grega: que o espectador perceba que estamos falando com ele e não para ele.

Tortuosos os caminhos da cultura: o “povo” quer, mas quer o quê?

Dizem que quer o fácil, que é o que lhe dão, mas não, não é o fácil, que não é nada fácil viver das sobras que respingam da mesa do consumo.
 

Nós queremos mais, e a pretensão do nós, que é apropriada por eus cada vez mais

singulares, nos faz dizer: é preciso juntar a fome com a vontade de comer!

Nossa trajetória de fazer teatral, seja naquela Guarulhos amordaçada pela ditadura civil militar de direita, e também nos dias de hoje, se pauta por uma ideia fixa, quase obsessiva: o teatro serve pra alguma coisa.

Primeiro porque é sensual e social e, portanto, fala o que era pra ser dito. Uma fala de atitudes sejam elas narradoras ou atitudes “brincadas” como se fossem real. Atitude perante a sociedade, a comunidade.

Aí então vamos fazer o quê: teatro, claro! E pra quê: pras gentes que gostam de ver e ouvir: teatro!

Atingimos nessa trajetória uma quantidade de público surpreendente para obras

experimentais, que atrevem-se na qualidade artística/conteúdo. Hoje, o Arlequins está entre os grupos de teatro mais importantes do país, com uma sólida carreira no Brasil e no exterior. Elogio em causa própria, diz um ditado português, é vitupério, mas resultou numa escolha acertada.

Trajetória

1974-1979

​​Grupo Perspectiva de Teatro Amador

O grupo foi fundado em 1974, em Guarulhos, com o nome Grupo Perspectiva de Teatro Amador. Formado por estudantes, começou atuando em escolas, centros comunitários e espaços alternativos, com o objetivo de utilizar o teatro como ferramenta de reflexão social e coletiva.

1980-1985

Grupo Avis Rara, Avis Cara

Em 1980, o grupo se profissionaliza e passa a se chamar Avis Rara, Avis Cara. Esta fase é marcada pela consolidação do trabalho autoral e pelo aprofundamento na pesquisa de linguagem.

1986-

Arlequins 

A partir de 1986, o grupo adota o nome Arlequins, com o qual atua até hoje. Ao longo das décadas, desenvolveu uma linguagem própria, com foco na narração direta, na pesquisa de temas sociais e históricos e na relação ativa entre espetáculo e plateia.

bottom of page